Relatório de Custo de Produção – Ref. abr-25 disponível online no Painel PMB no Farmanálise www.farmanalise.com.br/pmb (login e senha)
A margem da soja prevista para a safra 2025/26 segue pressionada, com expectativa de alcançar o menor patamar ao longo dos últimos anos. O cenário é desafiador para a soja, ao contrário do milho, com expectativa de melhora da margem devido a recuperação no preço do grão.
O custo de produção da soja segue estável ao longo das últimas safras, ao contrário do preço da oleaginosa que foi muito pressionado, para baixo, refletindo em queda na margem para o produtor. Embora a margem varie conforme a produtividade e gestão de cada propriedade, um resultado muito diferente de patamares em torno de R$1,0 a R$2,0 mil por hectare não é esperado devido a baixa expectativa de significativa recuperação no preço do grão ao longo do ano.
Custo e margem da soja, valores médios
A margem da soja (valores médios) deve cair pelo quarto ano consecutivo na safra 2025/26. As previsões mais otimistas projetam relativa estabilidade em relação a safra anterior. Na nossa visão, por outro lado, a leitura é de nova queda. O fator determinante entre lucro e prejuízo será a produtividade, uma vez que prevalece, hoje, pouca expectativa de recuperação consistente de preço do grão, enquanto o custo de produção deve seguir oscilando para cima, embora sem exagero. Aliás, o custo tem oscilado pouco, já muito descolado do preço da commodity e encarecendo a troca pelos insumos (piores da história). Isso é algo que temos reforçado: o descolamento do custo em relação ao preço das commodities. Em outras palavras, a recuperação de margem em um cenário de produtividade equilibrada depende da alta no preço, algo pouco provável e esperado. A posição dos fundos de investimentos segue “na venda”, mantendo um cenário de alta no mercado futuro também pouco provável. O físico e futuro da soja seguem pressionados, embora queda maior que a atual seja também pouco provável, já que as revisões de estoques e produtividades consideram um cenário de clima favorável (o que pode mudar).
O custo operacional total da soja ao longo das últimas 4 safras (2022/2 a 2025/26) tem oscilado em torno de R$6,0 a R$6,5 mil por hectare, em patamares muito próximos. Já o preço de venda acumulou forte queda desde a máxima de 2022. A produtividade média também pouco evoluiu já que o período foi e tem sido marcado por questões climáticas, mais ou menos graves a depender da região do País.
O custo dos fertilizantes tem sido o destaque de alta entre os insumos diretos e a perspectiva é de uma tendência de alta, como destacado pelo Relatório de fertilizantes da PMB de abril de 2025. A alta no preço dos fertilizantes acontece principalmente para as matérias-primas nitrogenadas e fosfatadas.
Custo e margem do milho, valores médios
Assim como a soja, o custo de produção do milho, embora em alta, tem apresentado pequena variação ao longo das últimas safras. Apesar da relativamente estabilidade no custo, a surpresa em 2025 tem sido o comportamento de preço do milho. O valor do grão alcançou patamares acima do esperado, impulsionado por uma demanda doméstica aquecida, com os estoques internos nos patamares mais baixos em muitos anos (Relatório de Commodities Agrícolas PMB de abril de 2025).
O resultado do custo mais estável e um preço em alta reflete na melhora da margem de lucro do agricultor.
Contudo, é preciso estar atento ao período de comercialização e volatilidade do mercado, pois a perspectiva futura para o preço do milho, pelo menos quando observando os valores esperados para maio de 2025 e maio de 2026 é menos otimista (devido a oferta da segunda safra de milho).
O preço do fertilizante preocupa para todas as culturas, especialmente daquelas de ciclo curto e alta tecnologia, como a soja e o milho.
Como comentado, o preço do milho subiu forte nos primeiros meses de 2025, embora a perspectiva para o restante do ano seja menos otimista, o que pode pressionar as margens apresentada acima que, se referem ao potencial teórico de acordo com o preço atual do grão. Vale lembrar que a comercialização e os acordos comerciais variam conforme cada sistema produtivo e suas respectivas margens. De concreto podemos assumir que as margens do milho tendem a diminuir nos próximos meses, tanto devido a pressão de alta no custo, como pela queda no preço de comercialização do grão!
Vale lembrar que mensalmente atualizaremos a expectativa de margem para a safra 2025/26 conforme evolução dos dados médios de custo, preço da commodity e revisões de produtividade, considerando cenário médio de alta tecnologia.