Nesse Report vamos validar o conceito para estabelecermos uma rotina de análise de preços no mercado de fertilizantes. E qual a ideia? Avaliar a variação de preço das principais matérias-primas no mercado internacional (fontes) e compará-las tanto com o preço FOB de importação como do preço médio no varejo.
A proposta aqui é importante e possível, mas visando uma maior acurácia, sugerimos um processo de validação em fases, para o amadurecimento da metodologia. Nesse primeiro momento, o objetivo sugerido seria de acompanhar as variações no preço internacional, no de importação e no de varejo, através de um índice que podemos chamar de índice PMB de Fertilizantes.
Vamos começar pelos nitrogenados
Então vamos lá! A referência internacional quando o assunto é fertilizante nitrogenado é a ureia. A ureia aliás é o segundo principal nutriente importado pelo Brasil, atrás apenas do KCL. Isso porque cerca de 22,0% do valor total (USD) importado pelo Brasil é ureia. No caso do KCL esse valor sobe para patamares próximo de 30,0%. Isso mostra que, em média, metade das matérias-primas importadas pelo Brasil são KCL e ureia!
Isso mostra que a ureia é uma referência e pode servir de base para o índice PMB de fertilizante nitrogenado e, claro, a partir dele faremos as comparações com os demais ingredientes e formulados, conforme evolução do estudo.
O primeiro questionamento é: o com tem se comportado a variação de preço da ureia no mercado internacional e o valor importado pelo Brasil (FOB). está havendo algum descolamento? vamos avaliar na Figura a seguir!

E olha que interessante, o preço médio de importação (FOB) pelo Brasil tem sido tradicionalmente menor que o valor médio de venda de uma das principais referências internacionais (Ucrânia). Isso mostra que temos de avaliar um cenário de escala/negociação ou compra de outros fornecedores (como a China), com valores mais baixos. Podemos avaliar o perfil de compra por país importador. De quem o Brasil compra. É interessante saber?

Embora uma análise preliminar (pois precisamos confirmar os países importadores e seu respectivo preço médio). Mas podemos com pouca chance de erro que a importação direta é algo que não faria sentido do ponto de vista econômico. O Brasil negocia bem e tem escala para tal…isso mostra mais uma vez que um assunto já debatido entre o Farmnews e a PMB sobre importação direta, realmente se mostra inviável. É preciso ter escala e a oportunidade de negociação de preço claramente não está nessa fase do processo (importação).
A fase mais “delicada” é a de comparar o preço de importação com o preço no varejo. Isso porque estamos comparando matéria-prima com produto industrializado, com diferentes formulações e especificações técnicas que impactam no preço. Por isso a ideia seria criar um índice de preço de Fertilizantes formulados nitrogenados no varejo para regiões de interesse (Bahia e Rio Grande do Sul?).
A base de preço no varejo considerada foi a apresentada pela Conab (valores médios nominais anualizados), considerando formulados que apresentam maior teor de “N” em sua composição. Utilizamos, como referência o formulado 10-20-10 para o Rio Grande do Sul, para efeito de cálculo e premissa incial.

É importante aqui validar o conceito/metodologia e somarmos esforços para criar uma base comparativa sólida e que represente um valor para tomada de decisão da área de Procurement da PMB. De qualquer modo, embora a metodologia precise ser validada.
Independente das bases que iremos comparar, o primeiro passo foi converter todos os valores em Reais, para comparamos os valores dos ingredientes tanto no mercado internacional, como de importação, com os preços praticados no varejo (Figura).
